quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Criação de personagem: Apuaña, o filho do vento

Apuaña, o filho do vento

"Apuaña tomou fôlego e sentiu o ar preencher-lhe os pulmões. Arquejou a coluna , esticou as pernas, num aquecimento físico rápido, e pensou: Quem dera se eu fosse como o vento. - saltou das elevações rochosas e, passo a passo, o som de seus pés retumbavam contra o chão e tornavam-se mais rápidos enquanto ele tomava velocidade impressionante, desviando-se das árvores e dos demais obstáculos que a selva de Chattur'gah poderia lhe oferecer. O desafio estava poucos metros a sua frente. Ele pensou: - Sou maluco por levar essa tão a sério? - fechou os olhos e saltou. Seu corpo flutuou durante segundos por cima de um abismo formado pelo encontro de duas elevações rochosas. Se Apuaña ali caísse, teria mais alguns poucos momentos de vida até chocar-se contra as pedras encharcadas pela água da cachoeira que se destacava um pouco além do horizonte. Sentiu suas pernas firmarem-se no chão. Olhou para trás e notou que havia ultrapassado uma distância muito maior do que ele previra, são e salvo. Ele pensou: - Existe um abismo de dimensões maiores além do Vale Profundo. Levaria poucos minutos até que eu chegasse lá, correndo."  

Classe: Bárbaro                       Raça: Meio-orc
Tendência: Caótico e Bom      Divindade: Zoe
Idade: 16 anos                        Altura: 1.69m
Peso: 63 Kg                            Tamanho: M
Região de origem: Chattur’gah
Influência: Tribo das Gralhas

Principal Habilidade: Destreza/Força/Constituição

Build: Apuanã é um corredor nato e se beneficia de qualquer talento que envolva deslocamento. Os talentos Corrida, Passo veloz, Investida acrobática, Investida poderosa, Investida poderosa aprimorada, Mobilidade e Ataque em Movimento são escolhas que definem seu estereótipo.

Prelúdio: quando as tribos orcs do Pântano das Moscas invadiram as redondezas de Azran houve muita morte e muitos prisioneiros. Quando Kaar’gromug, o líder de uma das legiões de orcs invadia a cidade de Asanate, mal pôde acreditar que, como premiação pela sua vitória, Kaz, a divindade carniceira dos orcs, iria presenteá-lo com uma jovem elfa de beleza estonteante. Tomou-a ali mesmo, em meio aos corpos mutilados de suas vítimas, em meio a gritos de euforia de sua patrulha orc. Depois a levou como escrava para seu pântano fétido onde a elfa foi mantida prisioneira durante longa data de sofrimento. Após alguns meses, a, já não mais distinta elfa, viu sua barriga ganhar volume como o presságio de um filho maldito.
            Por vezes ela lutou contra a sua própria consciência para abortar a criança, mas não o fez. A notícia de que a sua escrava estava prestes a ter um filho seu alegrou Kaar’gromug e a elfa foi carregada para a cabana de uma bruxa orc que, depois de enxerta-lhe drogas e fazê-la respirar uma fumaça esverdeada e fétida como tudo que era na civilização orc, previu o nascimento do bebê, disse que ele seria forte e veloz como o pai e estava destinado a uma grande vitória. No dia que a elfa pariu a criança, houve uma festança no Pântano dos Orcs, Kaar’gromug e seus comparsas se encheram de uma bebida alucinógena que os deixava em estado de transe num ritual macabro que durou horas. A elfa não podia mais aguentar aquela vida e, ao ver seu filho, com seus traços monstruosos de orc e ao mesmo tempo com a beleza típica da raça élfica, derramou lágrimas durante toda a noite até se convencer que o destino de seu bebê poderia ser outro. Fugiu. Correu durante horas antes que os orcs soubessem de sua fuga, mas não era habituada àquele pântano e, talvez, a sorte, ou uma bênção, houvesse ajudado ela a chegar até onde chegou.
            E quando anoiteceu novamente, a elfa pôde ouvir os urros dos orcs que estavam incessantemente a perseguindo. Não havia mais fuga para ela. Ela já sabia. Encontrou um rio e entregou seu bebê ao destino. A criança deslizou pelas correntezas durante horas até que seu choro chamou a atenção de um bando de gralhas carniceiras. Os pássaros negros circundaram o bebê, como uma nuvem de sombras, mas não o devoraram, levaram-no para Urahara, o xamã da tribo das gralhas. Ele o acolheu, cheirou-o como uma especiaria e o observou com seus olhos cinzentos. Urahara riu mostrando seus dentes apodrecidos e recebeu um sorriso infantil e desdentado como troca.


            O bebê cresceu e sua curiosidade aflorou-se com intensidade, Urahara o batizou de Apuaña que, em sua língua significa o filho dos ventos, uma apologia ao destino que o trouxe até ele e também à velocidade física distinta do meio-orc.

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