"Isso só prova, ainda mais, o quanto o poder da Dragocracia é inquestionável e predominante. Essas entidades prepotentes podem até ser bem sucedidas em outras regiões do mundo, mas em Draganathor, a história é diferente! - falou o Sargento Antoine D'Clairré, sentinela Draculean de Razorax, quando questionado sobre o repentino ataque nas imediações urbanas de Draganathor.
Sargento Antoine D'Clairré, Sentinela Draculean de Razorax |
Poucas informações foram cedidas pela milícia de Draganathor, mas, até onde se sabe, uma entidade poderosa, com uma presença, talvez, demoníaca, encapuzada e que, de acordo com os observadores curiosos: "emanava uma maldade palpável" , atacou a terceira ala da Torre da Dragocracia, mas, não chegou a causar grandes danos (a não ser em certos conteúdos mágicos dos lojistas da área atacada). Isso graças à ação eficiente e veloz da Milícia Draculean, os servos de poder invejável da Dragocracia.
A luta não teve mais do que dois minutos de duração e a entidade foi presa pelas âncoras planares dos Draculean e levadas para as Torres Mestras, certamente para ser interrogada antes de receber a punição merecida.
"Estranho. Muito estranho. Tem mais peças nesse quebra-cabeças." - foi a opinião de Barghaman, punho-de-ferro, dono da estalagem Dragão Uivante que localiza-se a não mais de trinta metros da área de ataque. Alguns cidadãos de Draganathor desconfiam que destruir a entidade durante a luta seria a melhor opção pois, lidar com forças estranhas é sempre tentador.
[...]
Entrevista com o "desconhecido" (o sujeito aqui entrevistado preferiu não revelar a identidade, exigindo que seu nome e aparência fossem mantidos em segredo).
I. Então, você foi um observador atônito da luta da Milícia Draculean contra a tal entidade?
"Exato. Mais eu sei mais do que os meus olhos assistiram durante o desastre. A Milícia certamente não teve muito trabalho para contê-lo, pois, ELE desejou ser capturado."
II. É uma teoria difícil de acreditar. Você está dizendo que a entidade fez um "show" com a intenção de chamar a atenção da milícia? Não existiria outras... zilhões de formas de se mostrar para isso?
"Quem sabe? Estou falando o que eu vi. Certamente a entidade tinha poder para fazer muito mais estrago do que o simples arranhão que ela deixou nas vidas dos lojistas do local atacado."
III. Você poderia dar mais alguma descrição sobre a tal entidade, já que você se considera um observador mais do que suficiente?
"Eu lhe falei que sabia muito mais do que meus olhos assistiram. Procurem em seus livros de história, o nome da entidade é Aztapheus e sua missão nesta amostra particular tem muito mais a se contar. Vocês devem esperar algum significado disso...
Anexo: Infelizmente o entrevistado desapareceu repentinamente, recusando-se a oferecer mais informações sobre a entidade, porém, a Gazeta de Ouro fez seu trabalho de casa. Estão anexadas à seguir algumas informações contidas em livros da Biblioteca Draconis sobre o nome "Aztapheus".
Aztapheus (Azz-tä-fêus') [Celestial antigo: príncipe da hora lunar] [Abissal recente: auréola do círculo de prata] - uma das entidades intituladas "Os Doze" aprisionadas pelos Magos Brancos de Mordae e ocultadas através de magias de esquecimento. A cabala, entretanto, resistiu às proteções mágicas e suas histórias, ainda que levemente proferidas nos dias atuais, ainda são sussurradas em cidades antigas onde se é costume conviver com as ruínas do passado. Os Doze estão diretamente ligados ao terror da Trindade Macabra, mal que assolou a Terceira Era e que teve um fim alcançado pelas mãos de servos de Splendor.
A Luneta (Notícias de Rivergate)
Página principal:
Helena Croix, remanescente da cavalaria eólica da extinta nação de Azran foi vista banhando-se nas fontes termais de Rivergate em companhia de sua águia gigante. Para quem não sabe, a cavalaria eólica trata-se de cavaleiros montados nas raríssimas águias gigantes domesticadas nos Picos da Ventania, na esquecida Brastav. Helena é uma amazona reconhecida por sua beleza invejável e curvas perfeitas tanto quanto por sua maestria com a lança de montaria, um dos braços direitos de Lorde Irun. Um colírio para os olhos dos sortudos que puderam presenciar sua raríssima aparição.
Merchadising editorial:
Espaço para a leitura do marinheiro
Autor: Gillermino Autraz
"Como leitor assíduo de livros de heroísmo e cavalaria (sendo este também o meu trabalho crítico) venho acompanhando inúmeras obras escritas por bardos e profissões similares que me são de grande valia, porém, devo admitir que as obras de Balthazar (assim escrito, sem sobrenomes, por alguma razão) me fazem um leitor mais contente. Uma pena que, ao que tudo leva a crer, o escritor tenha se aposentado (quem sabe? A esperança é a última que morre).
"Seus livros são cativantes. As horas passam a fio!" - revela Litta Arnsel, bibliotecária da cidade de Águas Termais em Rivergate."
"Já li "Em busca da eterna paz" três vezes e pretendo ler outras. Com certeza recomendo para qualquer um." - é a opinião de Louis Kersinger, prefeito da cidade de Espelho d'água, em Rivergate."
Os livros são ótimos e muito bem escritos, mas, não é isso que me chama a atenção nestas obras. Acho que poucos notaram, ou talvez seja a minha paranoia provocada por anos e mais anos de pensamento crítico, mas, a leitura, que tem o intuito de ser puramente agradável, parece esconder mensagens subliminares que somente alguns bons conhecedores da atual situação do mundo podem perceber.
Como na passagem do livro "O coração é uma muralha prestes a desabar" onde podemos encontrar nesse trecho:
"... podiam vir mil e uma flechas. Arbalestras disparariam suas munições contra o falho e mortal peito de Volke, mas as sombras que permaneciam feito feridas em seu coração não podiam ser dissipadas. Mulheres tentariam fazer isso e morreriam tentando, a fé tentaria recrutá-lo mas não tocaria o seu âmago. As feras que um dia foram instaladas lá dentro, um dia se libertariam e não haveria, então, rei ou rainha que impedisse a fúria do herói."
Livro escrito e publicado dois meses antes do massacre que ocorreu na Muralha no sul de Azran, quando as Proles Sombrias tiveram sua primeira vitória contra os exércitos de Asaron.
Em "Éramos Sete", Balthazar nos mostrou o sofrimento de uma mãe obrigada a presenciar a morte de sete filhos (um livro com uma reviravolta impressionante) e descreveu:
"...ela lutou por cada um deles, mas agora ajoelhava-se em seus túmulos. Não chorava pois a fonte de suas lágrimas haviam secado, talvez, para sempre. Os carrascos vieram e mataram seus príncipes e a rainha deveria pôr um fim à história de sofrimento."
Livro escrito e publicado um mês antes dos acontecimentos envoltos pelo mistério da Rainha dos Dragões Negros de Chattur'gah, aniquiladas pelos exércitos comandados por Lorde Irun quando sua sanidade ainda lhe servia de alguma coisa. Devido à pesquisas aprofundadas, posso comprovar que a tal rainha possuía exatamente sete filhos.
E, não como último exemplo, mas como o terceiro de algumas dezenas, o fato mais assustador se revela em "Tudo de resume à litros de sangue" onde Balthazar nos projeta para as cenas de um grupo de aventureiros que ganham passagem para o Quinto Inferno:
"...era carne, sangue e osso. Era mais carne do que sangue e osso. Ainda que se a carne das paredes fosse rasgada despejasse sangue. Ainda que se o sangue inteiro fosse jorrado aparecesse o osso. Aquele era o quinto inferno. Um inferno de pecadores agonizantes engolidos pela terra. Terra que era carne, sangue e osso."
Livro escrito e publicado três meses antes do massacre em Zarast, a cidade dos anjos de pedras, com descrições certamente minuciosas do que é a maldição de carne imposta à antiga capital governada pelo Príncipe Aisen.
Aqui deixo minha opinião sobre a provável maior importância da aquisição desses livros. Posso estar imaginando coisas (minha mãe sempre me falou que eu tinha uma imaginação afiada, adorava teorias e estratagemas). Embora possa ser uma visão exagerada de um fã das obras, acredito que a atenção à esse assunto poderia ser dobrada.
P.S.: Gillermino Autraz foi despedido de A Luneta, após essa matéria. Foi visto uma semana seguinte nas redondezas de Rivergate, em seguida, desapareceu misteriosamente.
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